terça-feira, 15 de setembro de 2015

✿TASCA MORTA*



TASCA MORTA

Escreve por descaramento
Onde afoga-se entre surdos
Roucos, porcos e sujos
Sem estatuto dum louco
Parvo de vício já sujo
Vazio de troncos podres
Mão do homem fracassado
Revoltado com o café da manhã
Pão seco sem cheiro que revela
Torna-se ópio da boca pobre
Abdica espontaneamente da alma
Chora tantas vezes em seco
Perdeu a conta às lágrimas
Que já derramou pela vida
Choro negro de tanto riso
Nos degraus de pedra dura
Altar para tapar a minha urna
Último abrigo num inferno
E afinal morto já ele estava.
 


 https://pt-pt.facebook.com/tascas.pt

1 comentário:

  1. Soberbo e duro poema, onde o vício do trago da bebida, levou-o à alucinação de uma vida mundana, onde o seu final foi terrivelmente dramático.

    ResponderEliminar